4 de jul. de 2012

Maravilhas!

Em 04 de julho de 1865 foi publicada a obra "Alice no País das Maravilhas"



                Ilustração de Alice cercada pelos personagens do País das Maravilhas, Peter Newell. (1890)





Alice no País das Maravilhas (título original em inglês: Alice's Adventures in Wonderland, frequentemente abreviado para "Alice in Wonderland") é a obra mais conhecida de Charles Lutwidge Dodgson, publicada a 4 de julho de 1865 sob o pseudónimo de Lewis Carroll.
É uma das obras mais célebres do gênero literário nonsense. O livro conta a história de uma menina chamada Alice que cai numa toca de coelho que a transporta para um lugar fantástico povoado por criaturas peculiares e antropomórficas, revelando uma lógica do absurdo característica dos sonhos. Este está repleto de alusões satíricas dirigidas tanto aos amigos como aos inimigos de Carrol, de paródias a poemas populares infantis ingleses ensinados no século XIX e também de referências linguísticas e matemáticas frequentemente através de enigmas que contribuíram para a sua popularidade. É assim uma obra de difícil interpretação pois contém dois livros num só texto: um para crianças e outro para adultos. Este livro possui uma continuação Alice do Outro Lado do Espelho, e ambos influenciam ainda diversos autores e filmes como A Liga Extraordinária, de Alan Moore e Sandman, de Neil Gaiman.



Matemática
Uma vez que Lewis Carroll era professor de matemática na Igreja de Cristo, é sugerida[13][14] a existência de muitas referências e de conceitos matemáticos, tanto nesta obra, como na Alice no Outro Lado do Espelho. Alguns exemplos:
No capítulo 1, No Buraco do Coelho, durante o processo de encolhimento da altura, Alice faz considerações filosóficas acerca do tamanho final com que ficará, com receio de talvez acabar por desaparecer completamente, como uma vela. Esta observação reflecte o conceito do limite de uma função;
No capítulo 2, No Lago das Lágrimas, Alice tenta fazer multiplicações, mas acaba por produzir uns resultados estranhos: "Deixa-me cá ver: quatro vezes cinco são doze, e quatro vezes seis são treze, e quatro vezes sete são... Oh, meu Deus!Por este andar nunca mais chego aos vinte!. É assim exposto a representação de números utilizando bases diferentes e sistemas numerais posicionais (4 x 5 = 12 na base 18 notação; 4 x 6 = 13 na base 21 notação; 7 x 4 poderiam ser 14 na base 24 notação, seguindo a sequência).
No capítulo 5, Conselhos de Uma Lagarta, o Pombo afirma que as meninas são uma espécie de serpentes, pois ambos seres comem ovos. Esta observação é um conceito geral de abstração que ocorre frequentemente em diversos âmbitos da ciência; um exemplo da utilização deste raciocínio na matemática é a substituição de variáveis.
No capítulo 7, O Chá dos Loucos, a Lebre de Março, o Chapeleiro Louco e o Arganaz dão vários exemplos em que o valor semântico de uma frase X não é o mesmo que o valor do inverso de X (por exemplo, Não é nada a mesma coisa!(...)Ora, nesse caso também podias dizer que "Vejo o que como" é a mesma coisa que "Como o que vejo"!); No ramo da lógica e da matematica este conceito é uma relação inversa.
Também no capítulo 7, Alice pondera o significado da situação quando o grupo faz a rotação dos lugares ao redor da mesa circular, colocando-os de volta ao início. Esta é uma representação da adição de um anel do módulo inteiro de N.
No capítulo 6 e 8, o Gato de Cheshire desvanece , deixando apenas o seu sorriso largo, suspenso no ar, levando a Alice maravilha a notar que já viu um gato sem um sorriso, mas nunca um sorriso sem um gato. É feita aqui uma profunda abstração de vários conceitos matemáticos (geometria não-Euclidiana, álgebra abstracta, o início da lógica matemática, etc), delineando, através da relação entre o gato e o próprio sorriso, o próprio conceito de matemática e o número em si. Por exemplo, no lugar de considerar duas ou três maçãs, considera-se antes os conceito de dois e de três por si só, separados do conceito de maçã, como o sorriso que, aparentemente pertence ao gato original, é separado conceitualmente do resto do corpo físico.

Língua francesa

Tem sido sugerido por várias identidades, entre os quais Martin Gardner e Goodacre Selwyn[13] que Dodgson tinha interesse na língua francesa, criando referências e trocadilhos ao longo da obra, provavelmente influênciado pelas aulas de francês, uma característica vulgar na educação feminina vitoriana. Por exemplo:
No segundo capítulo, Alice dirige-se ao Rato utilizando a língua francesa,Où est ma chatte?( Onde está a minha gata?), julgando que este não percebia inglês, uma vez que não lhe respondia. [nota 5]
No capítulo 4, o Lagarto diz ao Coelho Branco que estava a desenterrar maçãs, uma provável referência à expressão pomme de terre, que significa "batata" em francês mas a tradução literal dessa expressão é "maçã da terra".

Línguas clássicas
No segundo capítulo, Alice chama inicialmente o rato como Oh Rato, baseada na vaga memória de quando leu a Gramática Latina do irmão: Um rato (nominativo) - de um rato (genitivo) - para um rato (dativo) - um rato (acusativo) - O rato! (vocativo).

Referências históricas
No capítulo oitavo, três cartas estão a pintar rosas brancas de vermelho, porque acidentalmente plantaram uma roseira de rosas brancas, cor que a Rainha odeia. As rosas vermelhas simbolizam a Casa Inglesa de Lancaster, enquanto as rosas brancas são um símbolo da casa rival York, fazendo deste modo alusão à Guerra das Duas Rosas.





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