lio ribeiro
poucas, e boas!!!
21 de fev. de 2022
16 de fev. de 2022
13 de fev. de 2022
Parlatório: Carnaval, sem carnaval!
Carnaval, sem carnaval!
O carnaval atravessa os séculos incólume. Com ou sem pandemia, crise ou desvios financeiros ele continua firme forte e sassariqueiro no Brasil inteiro. Em todos os cantos. Afinal é a festança-símbolo deste país-continente. A danada da folia segue seu destino de colocar o rei na pele de mendigo e o mendigo nas vestes de um rei. Todo mundo dançando conforme a musica. Qualquer que seja a música.
O bom do nosso carnaval é que ele se encaixa bem justo no caráter do brasileiro. Cheio de galhofas, amante das farofas, pronto para os deboches, e se duvidar, ainda pode saborear um brioche.
Em nossa ilha-Capital o alcaide já firmou a pena: nada de desfiles, de passarela, e nem mesmo pra ser visto da janela. A pandemia, assim como o espírito zombeteiro do Fofão, não acabou.
Então, para glória de Dionísio (o Deus, claro!) a folia pode até ser
magrela, mas quem duvida que ela vai dar seus esbregues? Nas perifas, nas
praias ou nas chiqueiras salas dos condomínios dos barões acasalados. Aliás o
carnaval desta nossa esburacada ilha-Capital dá as caras desde o 26 de
dezembro, principalmente pelas ruas e ladeiras do bairro carnavalescamente
divino: a Madre Deus.
E quem pensa que carnaval é ofensa, blasfêmia das fêmeas, dos machos e todes mais, não custa nada lembrar que o carnaval nunca foi, nem nunca será um festival de profanidades, simplesmente porque nasceu de um ritual divino, o rito está na gênese da festa.
Mas, para este ano, ainda pandêmico, deve-se lembrar ainda mais das máscaras, e não só as carnavalescas. Destas é bom que seja dito que, nos últimos anos, a principal e mais representativa máscara destes nossos ilhéus tem sido escanteada: O Fofão!
Sim, o Fofão, nosso personagem-símbolo já está inaugurando seu nome na lista dos animais em processo de extinção. Por que isso? Porque nesta ilhota magnética e carnavalesca, o colorido e espalhafatoso personagem começa a saltitar pelas ruelas e becos desde o dezembro. E isso, já não tem acontecido mais.
Até o momento, não tenho visto nenhum artista, ou um pequeno grupo
destes, aqui de nossa pequenópoles ligar microfones virtuais bradando: Cadê o
Fofão? (LR)
Eu, etiqueta – Carlos
Drummond de Andrade
Em minha calça está
grudado um nome
que não é meu de
batismo ou de cartório,
um nome… estranho.
Meu blusão traz
lembrete de bebida
que jamais pus na
boca, nesta vida.
Em minha camiseta,
a marca de cigarro
que não fumo, até
hoje não fumei.
Minhas meias falam
de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados
a meus pés.
Meu tênis é
proclama colorido
de alguma coisa não
provada
por este provador
de longa idade.
Meu lenço, meu
relógio, meu chaveiro,
minha gravata e
cinto e escova e pente,
meu copo, minha
xícara,
minha toalha de
banho e sabonete,
meu isso, meu
aquilo,
desde a cabeça ao
bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso,
abuso, reincidência,
costume, hábito,
premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim
homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria
anunciada.
Estou, estou na
moda.
É doce estar na
moda, ainda que a moda
seja negar minha
identidade,
trocá-la por mil,
açambarcando
todas as marcas
registradas,
todos os logotipos
do mercado.
Com que inocência
demito-me de ser
eu que antes era e
me sabia
tão diverso de
outros, tão mim-mesmo,
ser pensante,
sentinte e solidário
com outros seres
diversos e conscientes
de sua humana,
invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora
bizarro,
em língua nacional
ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me
comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou – vê lá –
anúncio contratado.
Eu é que
mimosamente pago
para anunciar, para
vender
em bares festas
praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo
esta etiqueta
global no corpo que
desiste
de ser veste e
sandália de uma essência
tão viva,
independente,
que moda ou suborno
algum a compromete.
Onde terei jogado
fora
meu gosto e
capacidade de escolher,
minhas
idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no
rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada
olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma
estética?
Hoje sou costurado,
sou tecido,
sou gravado de
forma universal,
saio da estamparia,
não de casa,
da vitrina me
tiram, recolocam,
objeto pulsante mas
objeto
que se oferece como
signo de outros
objetos estáticos,
tarifados.
Por me ostentar
assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas
artigo industrial,
peço que meu nome
retifiquem.
Já não me convém o
título de homem.
Meu nome novo é
coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
Carlos Drummond de Andrade ANDRADE, C. D. Obra poética, Volumes 4-6. Lisboa: Publicações Europa-América, 1989.
Fonte: https://www.pensador.com/frase/MjAyODM0/
19 de jan. de 2022
8 de jan. de 2022
Parlatório: 2022, seu novinho!
2022, seu novinho!
Bem vindo, seu danadinho. E já aqui estou eu, estreando este novo parlatório. Que seja satisfatório, e lúcido! Que seja um espaço de contribuições e reflexões, para um mundo melhor. Que esta parada do saber não estacione e espalhe boas ideias, e emoções!
O novo ano começou em nossa abençoada ilha-Capital. Debaixo d’águas, sem foguetórios. Sem aglomerações. Sem mais, nem menos. Para muitos, ou poucos, a listinha de novos atos, atitudes comportamentais, e outros quetais, já é bastante volumosa e, quanto mais, antigona.
A ilha continua esburacada, esfoliada e mal interpretada. Nos palcos e nos porões dos palácios. Aliás, por aqui, temos mais palácios que nobres. Muitas falácias e pouca atenção aos pobres. Por isso, uma ilha-Capital. Cada vez mais ilha; cada vez mais Capital. Cuja pobreza funciona como uma pena, decapitando muitas esperanças da gente sem posses; empanturrando de moedas os porquinhos dos pouquíssimos endinheirados. Por aqui, as platitas continuam nas mãos de poucos e muito longes das palafitas.
Em nossos becos e escadarias o sobe-desce é do povo em busca do ovo, da páscoa, do vôo do pássaro do sonho diário, de pão e felicidade. O povo, esse sagrado sacrifício da humanidade rumo a evolução. Esse contingente de gente pronta pra apontar o caminho, que as tais elites, em seus deleites, ignoram solenemente.
Esse povo que se faz presente, e povoa o tempo das civilizações, nem tão civilizadas quanto deveriam. Ele está firme, em qualquer lugar. E aqui. Pelo centro histórico, e suas histórias, seu personagens, suas vidas. Pelas periferias, palafitas, penínsulas que nem isso são porque são apenas uma ponta da areia esticada ao mar. Deste emaranhado Maranhão que tudo que faz é sobreviver. Que, como um gato, ou um boi, tem mais de sete mil vidas para viver. (LR)
7 de jan. de 2022
Parlatório - o início!
Tô estreando novo espaço de ideias.
É a coluna "Parlatório" no portal Parada do Saber.
20 de nov. de 2021
VI Semana Imperatrizense de Teatro-Encontro Reflexivo 1
5 de nov. de 2021
5 anos sem Aldo Leite
5 de novembro: 5 anos da morte de Aldo Leite
23 de out. de 2021
VI Semana Imperatrizense de Teatro-Inscrições Abertas
A Pequena Companhia de Teatro, através da Lei Aldir Blanc, convoca todes para participarem na VI Semana Imperatrizense de Teatro.
As inscrições são aceitas até o dia 7 de novembro de 2021, através de formulário eletrônico.
A programação será no período de 09 a 28 de novembro de 2021, através do canal do YouTube da Pequena Companhia de Teatro.
Podem participar pessoas físicas e jurídicas, que tenham trabalhos teatrais produzidos a partir do ano de 2018 (gravados em arquivos de vídeo) e que sejam maranhenses ou radicados no Maranhão há pelo menos 5 anos.
Inscreva-se em: https://forms.gle/HJb9uxLNFrLwcWA4A
29 de set. de 2021
Dia da Literatura Maranhense
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Foto: reprodução/internet |
Lei institui o Dia da Literatura Maranhense
Na terça-feira (28/09) a Assembleia Legislativa do Maranhão votou e aprovou o projeto de Lei que institui a data de 10 de agosto como o Dia da Literatura Maranhense, de autoria do deputado estadual Marco Aurélio(PC do B).
A data escolhida é alusiva ao dia de nascimento do poeta maranhense Gonçalves Dias, autor dos poemas “Canção do Exílio” e "Y-Juca Pirama". A data foi uma sugestão do professor Dino Cavalcante, do curso de Letras da UFMA.
“O dia 10 de agosto é um dia simbólico para todos os maranhenses que amam a sua literatura. Primeiro: foi o dia que nasceu, em Caxias, o maior poeta do século XIX, Antônio Gonçalves Dias, autor de Primeiros Cantos, com a Canção do Exílio. Segundo: foi o dia que 12 intelectuais fundaram a mais antiga instituição literária do Maranhão, a Academia Maranhense de Letras, liderada por Antônio Lobo” justifica o professor da UFMA, Dino Cavalcante.
Fonte:https://depmarcoaurelio.blogspot.com/2021/09/aprovado-projeto-de-lei-que-institui-o.html
28 de set. de 2021
27 de set. de 2021
24 de set. de 2021
27 de ago. de 2021
Lançamento: livro “Vozes do Anjo” relata duas experiências de comunicação popular e comunitária em São Luís
Canção do Mundo Imperfeito - Zeca Baleiro
22 de ago. de 2021
Dicas para conservar melhor seus livros
15 dicas para conservar melhor seus livros
Já pensou que tomar alguns cuidados simples com a sua coleção de livros é essencial para evitar marcas, manchas e outros danos? Adotar as dicas abaixo ajudará seus livros a sobreviverem melhor ao tempo.
1 – A melhor posição para guardar seus livros é em uma estante, na vertical, sem pressioná-los muito entre si. Colocar um volume sobre o outro na horizontal danifica os livros da pilha em função do peso exercidos pelos demais.
2 – Ao retirar um livro da prateleira, puxe-o pelo meio da lombada.
3 – Ao manusear seus livros, procure sempre estar com as mãos limpas.
4 – Pelo menos uma vez por semestre, passe um pano macio, limpo e seco nos seus livros. Para limpar o pó acumulado na parte superior de cada volume, você pode utilizar um pincel de cerdas grossas. Aproveite para folheá-los, pois isso ajuda o papel a respirar.
5 – E por falar em limpeza, você pode limpar a sua estante com um pano levemente úmido, mas evite utilizar produtos abrasivos. Lembre-se de sempre esperá-la secar totalmente antes de colocar os livros de volta.
6 – As orelhas do livro não foram feitas para marcar páginas – na verdade, elas protegem os cantos da capa e da contracapa contra dobras ou amassos. Para evitar que as orelhas e o miolo fiquem danificados, opte por um marcador de páginas tradicional.
7 – Também evite, em especial, usar clipes de papel para marcar páginas, pois eles podem enferrujar e manchar as folhas.
8 – Tente não esquecer papéis, folhas secas e outros objetos dentro dos seus livros. Qualquer um desses itens pode gerar marcas e manchas com o passar do tempo.
9 – Não escreva em folhas de papel sobre os livros, pois a pressão do lápis ou da caneta irá marcar a capa ou as páginas em definitivo.
10 – Deixe um espaço entre os livros guardados na estante e a parede para protegê-los da umidade.
11 – Não deixe seus livros expostos à luz do sol. Esse cuidado evita que eles desbotem.
12 – Comer enquanto lê não é uma boa ideia – os farelos acumulados entre as folhas atraem insetos.
13 – Ao transportar seus livros de um lugar para outro, use uma capa protetora de tecido para garantir que ele permaneça intacto.
14 – Evite encapar seus livros: além de não permitir que as páginas respirem, alguns materiais (como o papel pardo, por exemplo) favorecem o aparecimento de manchas.
15 – Evite abrir os livros em brochura totalmente, em ângulos superiores a 180º, para evitar rachaduras na lombada e o descolamento das páginas.
Você tem algum outro cuidado com os seus livros? Compartilhe conosco nos comentários!
Fonte:https://www.taglivros.com/blog/15-dicas-para-conservar-melhor-seus-livros/
6 de jan. de 2021
A Coisa - Mario Quintana
A Coisa
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Foto/ilustração: Mario Quintana, por Aradium |