8 de nov. de 2011

Salve, Cecília Meireles!


"...Liberdade, essa palavra

que o sonho humano alimenta

que não há ninguém que explique

e ninguém que não entenda..." (“Romanceiro da Inconfidência” - Cecília Meireles)



Foi num 09 de novembro de 1964, que morreu, aos 64 anos, a insuperável poetisa brasileira Cecília Meireles. Ela foi a primeira mulher a ter um livro reconhecido pela Academia Brasileira de Letras.





Motivo – Cecília Meireles



Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.


Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

- não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

- mais nada.



(um dos meus preferidos de Cecília Meireles)

3 comentários:

  1. "não sou alegre, nem sou triste, sou poeta"

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  2. Belíssimo!
    Os poemas de Cecília são muito lindos!

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  3. Eterna, sublime, perfeita, poesia verdadeiramente imortal de uma consciência em adiantado estado de evolução, ela mesma um poema de espírito! Obrigado por compartilhar!

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