3 de jun. de 2014

Sobre buracos e flores

Reproduzo crônica do querido Wilson Marques, em seu blog, do jornal OEstadoMA 
Dia desses de chuva um amigo poeta caiu com o carro em um buraco e rasgou o pneu. Cair em buracos por aqui não é algo excepcional. Nem o fato de o sujeito que venha a sofrer o contratempo ser um poeta, afinal vivemos numa cidade onde abundam tanto poetas quanto buracos.
Mas enquanto os poetas, mesmo os maus, procuram honrar o lugar, os buracos fazem o contrário: tratam de denegrir sua imagem causando má impressão aos visitantes, colocam os pedestres e motoristas em riscos constantes e enraízam na população a sensação deprimente de que estamos irremediavelmente condenados a viver no abandono, à margem das atenções do poder público.
Para ilustrar, resgato uma historinha antiga, de quando o saudoso Luciano do Vale, acho que por ocasião da inauguração do Castelão, relatou na televisão uma conversa sua com um motorista de taxi. Comentavam justo sobre a abundância, em São Luis, de poetas e buracos, momento em que o motora, que também cometia seus versos, mandou essa: “Se buraco fosse flor, São Luís era um jardim”.
Sobre o meu amigo, foi ele ao borracheiro onde pagou por uma tal de vulcanização, que em muitos casos é tentar ajeitar o que não tem mais jeito. Dia seguinte caiu em outra cratera, e, acreditem, teve o pneu novamente rasgado. Em defesa do buraco há de se dizer que o pneu era desses “importados”, que a gente compra pela metade do preço, em lojas da linha “O barato que sai caro”.
Wilson Marques - Autor de livros infanto-juvenis com mais de uma dezena de títulos publicados. É publicitário, jornalista profissional e leitor contumaz, sendo alguns dos objetivos do blog compartilhar experiências, alegrias literárias e aproximar leitores de todas as idades de escritores, ilustradores e outros profissionais ligados ao mundo das letras.
Fonte:http://www.blogsoestado.com/wilsonmarques/2014/05/10/sobre-buracos-e-flores/#.U21vzjMQj0w.facebook

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