23 de fev. de 2011






ENTREVISTA






Cadu Rodrigues – Rei Momo






Cadu Rodrigues. 28 anos 1,75. 78kg. Modelo, bailarino, Tec. Administrativo. Estudante do Curso de Biblioteconomia da UFMA. Com uma carreira artística promissora, integrando elencos de companhias importantes, além de ser presença constante na telinha da TV, nos intervalos comerciais, o rapaz acaba de ser eleito Rei Momo da capital. Detentor de um corpo belo e escultural, e por não ser gordo, o artista foi alvo de criticas por alguns. Nesta entrevista exclusiva ele demonstra um pensamento articulado e consciente da sua profissão, e, claro, fala sobre a pretensa polêmica. Confira!


Lio Ribeiro– Como você avalia a polêmica que criaram em torno da sua eleição para Rei Momo?

Antes de eu participar do concurso estava ciente do risco que correria se viesse a ser eleito Rei Momo do carnaval de São Luís 2011, pois sou do movimento artístico e cultural de uma cidade bem tradicional e que preza por suas tradições. Mas como o concurso foi aberto a todos, e o pré-requisito de peso mínimo não constava no edital, resolvi então participar. Venci por méritos, dei o melhor de mim e quem decidiu isso foi o júri ali presente no dia do concurso. Algumas pessoas estão tentando fazer disso uma polêmica, cheguei a ser insultado, e até agredido fisicamente e verbalmente por pessoas que se dizem radialistas. A tradição de Rei Momo era dada por conta da fartura, mas hoje em dia gordura não significa saúde. A Organização Mundial de Saúde foi quem interveio de forma direta no regulamento de concurso pra escolha de Rei Momo do carnaval em algumas grandes capitais carnavalescas a exemplo do Rio de Janeiro que pode se dizer a cidade do samba, pois esse item de forma indireta ou direta incentivava a obesidade mórbida. Então, que se diga, e esclareça, a todos. O concurso é aberto a todos. Não foi fácil. Os candidatos eram bons, e no fim o vencedor fui eu, e tô aqui pra representar bem o carnaval de São Luís, pois afinal de contas, não vai ser meu tipo físico que vai tá sendo ali mostrado e sim a minha alegria, descontração, carisma e samba no pé que estarei passando para todos os foliões da capital durante toda a folia de momo, ao lado da corte mais bela de todos os tempos do carnaval ludovicense.

LR – Qual deve ser o papel da imprensa nesses momentos?

CR – A imprensa tem o poder da comunicação nas mãos. Hoje em dia ela mostra a notícia da forma que lhe convém. Acho que antes de veicular qualquer informação deveria primeiramente esclarecer de fato o acontecido. Algumas pessoas falam a verdade e outras destoam as informações. Tô sendo muito procurado pela imprensa em geral devido essa polêmica toda, e tenho sido sempre bem recebido e a resposta disso tudo é que o público tem se mostrado positivamente. E isso tudo só tá me evidenciando cada vez mais e fortalecendo a minha imagem.

LR – E a classe artística? Deveria ser mais unida e se posicionar publicamente sobre essas questões?

CR – Com certeza. Todos sabem que tudo hoje em dia evolui e passa por mudanças, e ali eu tô representando e encarnando um personagem, e eu como artista local deveria receber o apoio geral da classe .

LR – Quais os elementos positivos, e os negativos do carnaval de São Luís?

CR – É um carnaval feito para o povo se divertir, com uma programação cultural muito diversificada, seja no carnaval de rua, de passarela, de clubes, enfim é uma cidade que o que não falta é diversão e o carnaval é feito pra todos. Falta somente mais segurança para os foliões em geral.

LR – Além da participação em eventos, que outras ações em favor da melhoria do carnaval e da cultura em São Luís, o Rei Momo poderia realizar?

CR – Pelo meu entendimento o Rei Momo está presente somente nesse período de folia momesca, após o término do carnaval tudo volta ao normal, então é um período muito curto onde o que tem que ser feito é passar alegria para os foliões em geral, mas eu Cadu Rodrigues já tenho dado nos últimos 10 anos uma certa contribuição para o crescimento em geral da nossa cultura popular no nosso estado participando efetivamente de movimentos culturais, programas sociais envolvendo a arte e cultura além de já ter representado nossa cultura aqui no nosso estado e pelo Brasil afora.

LR – Quais os elementos positivos, e os negativos no relacionamento do setor publicitário com os artistas profissionais?

CR – Aqui em são Luis apesar de ser um grande centro cultural, onde se tem uma cultura popular bem rica e jamais encontrada em nenhum outra parte do mundo, os artistas em geral ainda não se tem o reconhecimento e valor necessário reconhecidos, pois o setor publicitário que não valoriza a mão de obra rica que temos aqui em nossa cidade.

LR – Que melhorias devem ser implementadas no setor publicitário no relacionamento com os artistas profissionais?

CR – Tem que se valorizar a mão de obra que se tem e ver que somos merecedores de um reconhecimento digno da nossa classe.

LR – A partir de agora, como você pretende fortalecer sua carreira artística?

CR – Pretendo dar continuidade em todos trabalhos artísticos que venho desenvolvendo nos últimos anos, vou continuar a ser disseminador da nossa cultura através dos grupos folclóricos que participo na capital , continuar a investir na minha imagem através dos trabalhos publicitários que executo. Daqui pra frente sei que muita coisa vai mudar a procura vai aumentar, só tenho a agradecer por tudo que está acontecendo.

LR – No setor cultural, o poder público, no Maranhão e em São Luís, investe, basicamente, na realização de festas, a exemplo do carnaval e do São João, não existindo, efetivamente, uma política cultural para o setor. O que você acha disso?

CR – Acho lamentável, pois deveria se ter um trabalho contínuo durante todo o ano antes e após os momentos de festividades, deveria se ter programas sociais ligados a arte e cultura em geral pois temos uma diversidade cultural muito grande em nossa capital e muita gente talentosa sem oportunidade de se mostrar e através desses programas que conseguimos descobrir esses novos talentos adormecidos por falta de oportunidades.

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