21 de mai. de 2013

A maranhense Rosane Borges é a nova coordenadora do CNIRC, da Fundação Cultural Palmares

Pesquisadora em relações raciais defende o patrimônio e a valorização da cultura afro-brasileira













Com ampla experiência em pesquisas nas áreas de comunicação e relações raciais, a maranhense Rosane da Silva Borges é a nova coordenadora do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC), da Fundação Cultural Palmares. Nomeada em 15/05, ela vai contribuir para o fomento e a execução de atividades de estudo, pesquisa e referência da cultura afro-brasileira. Rosane é doutora em Comunicação e já atuou como coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

A coordenadora defende cultura como um conjunto de ações e reflexões diretamente associadas ao legado africano e afro-brasileiro. De acordo com Rosane, esses são importantes elementos para a construção da história e memória do país. "Se considerarmos que o negro não contribuiu com a formação do país, mas o construiu, teremos aí um passo decisivo para formular um outro projeto de nação em que todos, negros, brancos e indígenas, possam se reconhecer na justa medida de sua humanidade", explica.

Para Borges, colocar a cultura negra no centro do debate representa, antes de tudo, oferecer ao Brasil uma oportunidade para que ele se reconheça como um país profundamente enraizado nas práticas negro-africanas. "Acredito que aquilo que chamamos de cultura negra é o que faz o Brasil, Brasil", afirma.

Ela defende ainda o trabalho em parceria entre políticas culturais e ações afirmativas, como recurso fundamental para a transposição do racismo e acesso à geração de renda, bens sociais, materiais e econômicos. "É necessária a construção de novos parâmetros educativos que permitam o alcance efetivo e a consolidação da equidade, o que ainda não temos plenamente no Brasil".

Planos futuros – Como gestora da Fundação palmares, Rosane propõe a sistematização de estudos e pesquisas referentes ao patrimônio material e imaterial do país. As manifestações artísticas, o incentivo à produção teórica e a difusão dos saberes afro-diaspóricos, possibilitam dimensionar a multiplicidade da cultura negra na vida nacional e a articulação das práticas culturais negro-africanas.

"Acredito que o CNIRC é uma instância fundamental para o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial, mostra-se como um organismo estratégico para a construção e difusão de novos referenciais", disse. A dinamização plural da cultura, o empreendimento, nas fronteiras do serviço público, de projetos destinados a mostrar a fisionomia do país, põem em relevo os seus múltiplos contornos", completou.

Ações governamentais – De acordo com Rosane, o desenvolvimento de iniciativas sociais e governamentais atuam como instrumentos de fomento e valorização da cultura negra que tem por objetivo promover a visibilidade e a importância dos povos historicamente discriminados. "O reconhecimento de que a cultura negra é ubíqua e abrangente, devolveria a essas políticas um papel importante de ampliar a visibilidade do legado negro africano como patrimônio cultural brasileiro", destaca.

A exemplo disso, Rosane fala da aliança entre educação e cultura como instrumento de implementação da Lei 10.639. A idéia é investir na formação docente, produção de subsídios, articulação com todos os sujeitos que integram a escola e outros espaços formativos afim de resgatar a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à história do Brasil. "A Fundação Palmares precisa de um plano de ação capaz de oferecer ações para que a cultura africana e afro-brasileira atravesse as praticas pedagógicas das escolas brasileiras e outros espaços de formação".





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