26 de jan. de 2016

Saudades, Escrete! (*15/03/1952 - *25/01/2007)


Saudades... O cantor e compositor maranhense Escrete morreu na manhã de 25 de janeiro de 2007, aos 54 anos. 

Autor das música “Gaiola” (Bandeira de Liberdade), em parceria com Joãozinho Ribeiro. O trabalho de Escrete com o Bloco Afro Akomabu, do Centro de Cultura Negra do MA (CCN), produziu uma das músicas mais famosas do carnaval maranhense, “Sereia” (parceria com Carlos Gomes e Nicéias Dumont), que se transformaram em verdadeiros hinos do carnaval maranhense.

Conhecido por ser um dos grandes compositores do carnaval maranhense, o último samba-enredo de Escrete foi "De cabaça a cabacinha, eu sou mais Terezinha", uma homenagem a farmacêutica Terezinha Rêgo, na escola Favela do Samba, em 2001.

Nascido em 15/03/1952, em Rosário, Escrete começou a vida artística em 1979, quando foi campeão na Escola de Samba Unidos da Camboa, iniciando uma carreira vitoriosa de compositor de sambas-enredo. Esse primeiro Samba foi interpretado por Beto Pereira. Depois, passou para a escola Favela do Samba onde ficou até sua morte.

Autor de dezenas de sambas-enredos, e durante muitos anos compositor da Favela do Samba, Escrete ficou famoso com um dos primeiros registros da música afromaranhense, com o LP “Malungos”, cujas músicas foram levadas às ruas de São Luís pelo Bloco Afro Akomabu.


Além de ser um dos grandes vencedores de sambas de enredo, Escrete ganhou destaque com o Show Bumba Maranhão, fez parte do Show Canto Afro, gravou seu CD solo intitulado “Lua de Luanda”, participou dos CDs “Pérolas Negras” e “Canto Afro”, em parceria com Paulinho Akomabu e Tadeu de Obatalá, e ainda lançou uma coletânea com músicas de bumba-meu-boi.

Escrete teve várias participações especiais em shows de cantores maranhenses e teve suas músicas gravadas por vários deles. Seu primeiro show solo foi “Espaço Sagrado”, uma homenagem aos ritmos maranhenses, do bumba-meu-boi à mina. “Lua de Luanda” é o título de outro show solo feito por Escrete. Depois, juntamente com Tadeu de Obatalá e Paulinho Akomabu, apresentou “Canto Afro”, que foi seguido por “Bumba Maranhão”, voltado às músicas juninas, tendo como forte as toadas de bumba-meu-boi.

Um momento importante de sua carreira foi quando gravou o vinil “Malungos”, com Tadeu de Obatalá, e o CD solo “Lua de Luanda”. Além desses, assinou “Canto Afro do Maranhão”, com Paulinho Akomabu e Tadeu de Obatalá. 

No início de janeiro de 2007, já com sua saúde muito debilitada, Escrete acabou ganhando uma grande homenagem, no primeiro sábado deste ano (dia 6 de janeiro passado), com o show “Viva Escrete”, que reuniu um grande número de artistas na sede do Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN). A festa contou com a presença dos cantores Tadeu de Obatalá, Cláudio Pinheiro, Josias Sobrinho, Teresa Canto, Sami do Cavaco, Walbinho Vamu di Samba, Ribão D’Oludô, Daffé e Joãozinho Ribeiro (atual secretário de Estado da Cultura) e a banda de reggae Guetos. Os cantores maranhenses Cláudio Pinheiro, Zé Carlos Daffé e Rosa Reis, além de Neguinho da Beija-Flor e Ovelha são apenas alguns dos nomes que gravaram músicas de Escrete.

Nascido no dia 15 de março de 1952, Escrete morreu reconhecido como um dos maiores compositores da música maranhense. Aos 18 anos, ele começou a levar a música mais a sério e a compor mais intensamente. Mas somente no começo da década de 80 ele passou a se tornar mais conhecido do público. Foi em 1980 que compôs seu primeiro samba-enredo, para a extinta escola de samba Unidos da Camboa, com o tema “Encantos do Mar”. Também em 1980 foi convidado pelo então carnavalesco da Favela do Samba, Fernando Sousa, a compor para a escola.

Na Favela do Samba, estreou com o samba-enredo “Mariazinha do Sacavém”, uma história infantil, composta em parceria com o já falecido compositor Olegário. Em 1981, deixou definitivamente a Unidos da Camboa e passou a compor apenas para a Favela, onde permanece até hoje. Ele compôs mais de 20 sambas para a escola, sendo que o último foi em homenagem à professora Terezinha Rego, em 2001, em parceria com Riba do Palmares e seu irmão Tião. Os grupos de bumba-meu-boi Pirilampo, Boi de Palha e Mocidade de Rosário também têm composições de Escrete em seus discos, assim como vários blocos tradicionais e organizados.

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