17 de dez. de 2011

Luto na Cultura Brasileira


Sábado Triste: Morrem dois ícones da Cultura Brasileira

Morre o carnavalesco Joãosinho Trinta

O carnavalesco João Clemente Jorge Trinta, conhecido como Joãosinho Trinta, de 78 anos morreu por volta das 11h de hoje (17) em São Luís, no Maranhão. Ele está internava desde o dia 3 deste mês, em estado grave.

"Sou a última pessoa que esteve com ele. O aparelho dele parou de funcionar. Apertou a minha mão e se foi. Estava no quarto com ele faz cinco minutos", afirmou ao G1 Arley Mack, cuidador do carnavalesco.

Segundo o assessor de imprensa de Joãosinho, o sepultamento deve ocorrer às 10h da segunda-feira (19). O corpo também será velado em São Luís. As primeiras informações são de que o velório deve ocorrer em um teatro.

O Hospital UDI, em São Luís, informou que o carnavalesco morreu às 9h55, horário local, em razão de um choque séptico, infecção generalizada, e apresentava quadro de pneumonia e infecção urinária.

Até esta sexta, ele estava com um "quadro de insuficiência respiratória e sepse, evoluindo com instabilidade hemodinâmica". A cirurgia a que ele se submeteria na sexta havia sido descartada no final da tarde.

A carreira do carnavalesco Joãosinho Trinta

João Clemente Jorge Trinta, conhecido como Joãosinho Trintax, nasceu em São Luís, em 23 de novembro de 1933. Trabalhou como escriturário na capital maranhense até se mudar para o Rio de Janeiro, em 1951, onde fez dança clássica no Teatro Municipal e montou peças como “O Guarani”, de Carlos Gomes, e “Aida”, de Giuseppe Verdi.

Ele começou a carreira de carnavalesco no Salgueiro, como assistente de Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues. Joãosinho foi campeão em 1965, 1969 e 1971. Dois anos depois, em 1973, ele assume como carnavalesco da escola de samba e fez parceria com a artista plástica Maria Augusta. Com o enredo “Eneida: amor e fantasia” eles conquistaram o terceiro lugar no carnaval do Rio de Janeiro.

No ano seguinte, em 1974, ele iniciou carreira solo e faturou o título daquele ano pelo Salgueiro, com o enredo "O Rei de França na Ilha da Assombração". A segunda conquista aconteceu em 1975 com o trabalho "O Segredo das minas do Rei Salomão."

Joãosinho Trinta saiu do Salgueiro após problemas com a diretoria da escola de samba e seguiu para a Beija-Flor, onde teve uma carreira de sucesso e de títulos com o parceiro figurinista Viriato Ferreira.

Com ousadia e enredos luxuosos, Joãosinho Trinta passou a ser chamado de gênio e reinou no Rio de Janeiro conquistando os títulos do carnaval de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983. Ele ainda teve destaque com dois trabalhos carnavalescos que ficaram com a segunda colocação, em 1986 e em 1989.

Censura

O trabalho “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia” criou polêmica com a Igreja Católica por colocar na Sapucaí um carro alegórico com o Cristo Redentor vestido como mendigo, em 1989. A imagem foi censurada e, sem perder a criatividade, Joãosinho Trinta resolveu cobrir o Cristo com plástico preto e a inscrição: “Mesmo proibido, olhai por nós.”

Joãosinho também venceu os carnavais do grupo de acesso com o Império da Tijuca, em 1976, e Acadêmicos da Rocinha, nos anos de 1989, 1990 e 1991. Pela Unidos do Peruche, ele também teve uma passagem em 1989 e em 1990.

O carnavalesco ganhou outro título no Rio de Janeiro com a Viradouro, em 1997, com o enredo “Trevas! Luz! A explosão do universo.”

Em 2001, Joãosinho Trinta levou para a Sapucaí um homem voando em um foguete portátil como parte do enredo “Gentileza, o profeta do fogo”, pela Grande Rio, conquistando a sexta colocação.

Inovação financeira

Ele conquistou o 3º lugar no carnaval de 2003, com o enredo “Nosso Brasil que Vale”. Por este trabalho, Joãosinho foi considerado o primeiro carnavalesco a aceitar merchandising e patrocínio para compor o enredo. A então empresa Vale do Rio Doce, que hoje se chama apenas Vale, ajudou nos custos da escola de samba. Neste mesmo ano, ele gravou o documentário “A Raça-Síntese de Joãosinho Trinta”, que mostrava os preparativos do carnaval na Grande Rio.

Em 2004, horas antes da apuração do carnaval, Joãosinho Trinta foi demitido. Com o enredo “Vamos vestir a camisinha, meu amor”, a escola ficou apenas em 10º lugar. A diretoria, à época, alegou que o carnavalesco tinha fugido do tema original.

Despedida da Sapucaí

A última participação de Joãosinho Trinta no carnaval do Rio de Janeiro foi em 2005, na Vila Isabel, com o enredo “Singrando em mares bravios... E construindo o futuro”, que lhe rendeu a 10ª colocação.

Em 2009, ele ajudou a cidade de Cavalcante (GO), com pouco mais de 10 mil habitantes, a fazer carnaval local. Mesmo com a saúde frágil, ele desenhou fantasias e orientou as costureiras a fazer os trabalhos. Ele improvisou barracões em galpões de fazendas, organizou a bateria e montou cinco blocos carnavalescos. A apresentação contou com descendentes de escravos, que apresentaram a sussa, dança típica quilombola.

Atualmente, Joãosinho Trinta vivia no Maranhão e atuava em projetos da Secretaria de Cultura do Estado para a comemoração dos 400 anos de São Luís, em 2012.

Problemas de saúde

Em 1993, após sofrer uma isquemia, ele não participou do carnaval.

Em novembro de 2004, ele sofreu um AVC (acidente vascular cerebral). Em julho de 2006, sofreu outros dois AVCs, foi internado no Rio de Janeiro e transferido para o Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília.

Em maio deste ano, ele passou 37 dias internado no Hospital UDI, em São Luís, com quadro de pneumonia e insuficiência cardíaca.

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Morre no Rio o ator e diretor Sérgio Britto

Morreu na manhã de hoje (17) o ator e diretor Sérgio Britto. Ele estava internado no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e faleceu às 6h35 de insuficiência respiratória aguda. A informação foi confirmada pela assessoria da Rede D'Or.

Segundo a Globo News, Britto tinha 88 anos. Ele foi criador, diretor e ator do Grande Teatro Tupi, que foi ao ar por mais de 10 anos. Considerado um dos maiores atores do país, Sérgio Britto foi responsável pela direção de “Ilusões perdidas”, primeira telenovela produzida e exibida pela TV Globo. Apesar de seu pioneirismo na televisão, foi o teatro que o consagrou.

O corpo do ator será velado na tarde deste sábado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), no Centro. Ainda não há informações sobre o enterro.

Cabral lamenta morte

Em nota, o governador Sérgio Cabral lamentou a morte do ator. "Morre um dos maiores atores da história da dramaturgia brasileira. Culto, elegante, sarcástico, explorou todos os canais de comunicação para a sua arte. Entretanto, no teatro foi o maior. Decretarei luto por 3 dias à memória desse grande brasileiro".

Atores falam sobre a morte de Sérgio Britto

Pouco depois do anúncio da morte de Sérgio Britto, amigos comentaram a perda do ator e diretor. Sérgio morreu na manhã de hoje (17), no Rio de janeiro. Ele estava internado no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, na Zona Sul, e faleceu às 6h35 de insuficiência respiratória aguda. A informação foi confirmada pela assessoria da Rede D'Or.

Em entrevista por telefone à Globo News, o ator Juca de Oliveira lamentou a perda. "Sérgio Brito foi a maior vocação do teatro brasileiro. Há pessoas que têm talento, mas não tem a paixão, o amor, a presença definitiva dele com relação ao teatro. Ele deixa uma obra impressionante. Um dos maiores atores dos últimos tempos", afirmou.

Emocionado, Juca lembrou dos principais trabalhos de Sérgio Britto e da contribuição do artista para o teatro. "Nesta fase da vida do Sérgio, sua falta será exatamente na transmissão do ensinamento [sobre o teatro]. Essa era uma função poderosíssima desse grande mestre. Ele remodelava o teatro a cada instante", disse.

O também ator Walmor Chagas comentou a paixão de Sérgio pelo teatro, arte que o consagrou. “O Brasil perdeu um grande homem. Nunca conheci ninguém que se dedicasse e amasse tanto o teatro quanto Sérgio Britto”, disse.

Segundo a Globo News, Britto tinha 88 anos. Ele foi criador, diretor e ator do Grande Teatro Tupi, que foi ao ar por mais de 10 anos. Considerado um dos maiores atores do país, Sérgio Britto foi responsável pela direção de “Ilusões perdidas”, primeira telenovela produzida e exibida pela TV Globo. Apesar de seu pioneirismo na televisão, foi o teatro que o consagrou.

O corpo do ator será velado na tarde deste sábado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), no Centro. Ainda não há informações sobre o enterro.

Cabral lamenta morte

Em nota, o governador Sérgio Cabral também lamentou a morte do ator. "Morre um dos maiores atores da história da dramaturgia brasileira. Culto, elegante, sarcástico, explorou todos os canais de comunicação para a sua arte. Entretanto, no teatro foi o maior. Decretarei luto por 3 dias à memória desse grande brasileiro".


(g1.com)


Um comentário:

  1. Perdas irreparáveis. Dois Ícones e Referências!

    Salve, Salve, Joãosinho Trinta,
    Salve, Salve, Sérgio Brito,
    SEMPRE!!!

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