25 de jan. de 2012

universitários brasileiros no exterior

Universitários garantem diferencial com cursos no exterior



Em agosto de 2010, Cláudia Backes arrumou as malas e partiu para aquela que define como uma das grandes experiências de sua vida até agora. Aos 19 anos, a estudante de Publicidade e Propaganda da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, foi para o Canadá com o objetivo de cursar algumas disciplinas na Concordia University, em Montreal. "Era um sonho desde a época do ensino médio", lembra.


Durante quatro meses, Cláudia teve aulas na faculdade John Molson School of Business. "Foi uma época de muito aprendizado. Além de ter de me adaptar às pessoas e à cultura, eu estudava muito, para não deixar passar nada", conta. Para aproveitar ao máximo a temporada no exterior, os estudantes costumam realizar o intercâmbio acadêmico durante o terceiro ano da faculdade.


Segundo João Felipe Elias, da Divisão de Cooperação Internacional (ARII) da PUC-SP, esse é o período mais indicado porque, para viajar, o aluno já deve ter um conhecimento básico em sua área de formação. "A maioria das instituições estrangeiras também exige que o intercambista já tenha concluído ao menos dois anos de seu currículo na instituição de origem", diz.


No caso de Cláudia, tanto a universidade canadense quanto as disciplinas que seriam cursadas foram escolhidas com base nas orientações da Assessoria de Relações Internacionais e Desenvolvimento (Arid), responsável pelo programa de mobilidade acadêmica na Unisinos, e da coordenação de Publicidade e Propaganda. "A coordenação avaliou as ementas e a compatibilidade entre o curso daqui e o de lá. Também escolhi algumas disciplinas que não eram compatíveis ao meu currículo, que aproveitei como livre escolha e optativas", explica.


Para validar as disciplinas cursadas, é preciso estar atento à frequência, além de alcançar a nota média estabelecida pela universidade. "No retorno do intercâmbio, deve ser apresentado o registro de notas e frequência na instituição estrangeira", alerta Elias. "No caso da PUC-SP, o aproveitamento de disciplinas na grade acadêmica da universidade será definido pela coordenação".



Ainda que o programa possa atrasar em um ou dois períodos a conquista do diploma, alunos e especialistas garantem que esse não é um problema. "Mesmo tendo que cursar um semestre a mais após o retorno do intercâmbio para integralizar seu currículo, os estudantes sempre ganham conteúdo, experiências, vivências, networkings", garante Elias. Cláudia concorda: "Eu iria me formar no final deste ano, mas vou ter que deixar para a metade do ano que vem. Só que isso não importa, porque tenho certeza de que os meses que passei lá me fizeram uma profissional mais preparada", destaca.


As diferenças entre o currículo brasileiro e os estrangeiros podem ficar evidentes em algumas disciplinas. É o caso do curso de Direito, por exemplo, já que muitas leis variam de acordo com o país. Ainda assim o professor de Direito Internacional Público da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB) Eugênio Aragão garante que a experiência é válida. "No caso do Direito, o foco não é estudar as leis, que podem ser distintas de um lugar para o outro. O importante é aprender sobre o sistema jurídico", avalia. "Validar ou não os créditos cursados no exterior é uma questão secundária diante da experiência que se tem", completa.


Entre os melhores países para se passar uma temporada de estudos, o professor aponta Portugal e Espanha como aqueles em que o processo de adaptação é mais tranquilo, principalmente por conta da questão linguística. "A Suécia também tem ótimas universidades, além de dar a opção de aulas em inglês. A Alemanha é um bom destino para quem domina a língua alemã, e a Itália é interessante principalmente para o estudante de Direito que quer estudar crimonologia", sugere. "A França destaca-se por ter uma boa estrutura para acolher alunos visitantes".


Extensões também são boa opção - Além das disciplinas próprias do currículo das graduações, outros cursos podem ajudar a incrementar a formação de quem vai para o exterior. No caso da estudante de Rádio e TV da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Leila Savary Botelho Guimarães, 20 anos, a estadia nos Estados Unidos foi estendida por conta de uma extensão sobre televisão. "Eu fui para trabalhar, acabei encantada pela universidade e resolvi ficar mais alguns meses para fazer um curso suplementar", diz.


De março a julho de 2010, participou de aulas na University of California, em San Diego, e garante que a experiência é um diferencial. "O curso é bem visto, o que me ajudou muito a conseguir um bom estágio na volta", comenta. A temporada agradou tanto que agora ela sonha com uma especialização fora do Brasil. "Quero terminar a faculdade aqui e, depois, investir em uma pós-graduação lá", planeja.


Tanto no caso da graduação quanto em extensões, para evitar dificuldades em relação ao conteúdo, o professor Aragão recomenda que, depois do retorno, o aluno pegue seus livros e cadernos antigos. "É importante dar uma olhadinha nas matérias durante as férias para se reencaixar", aconselha. Seguindo a dica, a experiência é garantia de boas lembranças - e de um grande diferencial no currículo. "Já faz parte da formação ficar pelo menos um semestre fora do País. Todo mundo deveria fazer. A experiência permite ver o mundo com outros olhos", destaca.


Fonte: http://noticias.terra.com.br/educacao

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