Por partilhar, reproduzo, abaixo, texto, precioso, do, querido, Marcelo Flecha, postado na última segunda-feira, 7, no blog da Pequena Companhia de Teatro:
Teatro brasileiro
Dormia. Enquanto dormia pensava. Estou em Cuiabá. Não no sonho, realmente estou na capital do Mato Grosso. Estamos. Na noite anterior haviamos visto o espetáculo Cabaré, da Cia. de Teatro Faces, de Primavera do Leste. Pensava na pluralidade e nas diferenças do nosso teatro. Do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul fazemos teatro de maneiras tão diversas e tão distantes que é difícil compreender e organizar tamanhas diferenças em um único país. Sem perceber, vemos espetáculos de outros estados com distanciamento e sem a menor sensação de pertencimento. Esse teatro é nosso, é brasileiro. O teatro feito no Pará ou no Paraná me pertence, é meu, diz do meu país, de um país continental que mal percebe a sua grandeza. É isso que estão lendo: ufanismo puro. Porém, na maioria das vezes, olhamos para muitas produções de outras regiões com desprezo, desdém e preconceito, obstruindo a possibilidade de compreender que fazem parte de nós, de um total brasileiro de somas, de um ser maior e antropologicamente construído de partes. É claro que não há uma unidade, nem deveria. Somos a somatória de nossas diferenças e não estamos imunes. Vemos o que somos, e se vemos com um olhar imperfeito, revelamos toda a nossa imperfeição.
muuuuuuuuuuuuuitô bom!!!
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