27 de mar. de 2012

Dia Internacional do Teatro

Marcelo Flecha



A pequena companhia de teatro vai ministrar a oficina “O Quadro de Antagônicos como instrumento de treinamento para o ator” na VII Semana do Teatro no Maranhão? A atividade de formação acontecerá de 26 a 28 de março, das 14h às 18h, na sala de dança do Teatro Arthur Azevedo. Esta oficina foi contemplada pelo Prêmio Myriam Muniz de Teatro e foi realizada em doze cidades de seis estados do norte e nordeste do país, e será a principal atividade de formação da companhia durante toda a circulação do projeto Palco Giratório – SESC.









Oficina*

Dou oficinas desde 1990. Puro atrevimento. A primeira concluiu com o espetáculo Tropicanalha, uma divertida experiência em terras balsenses. De lá pra cá, me aventurei por várias práticas, laboratórios, tentativas e vertentes. Hoje, uma das oficinas que a pequena oferece é a que demonstra nossa “metodologia” de construção.

A experiência de ministrar a oficina “O Quadro de Antagônicos como instrumento de treinamento para o ator” em 12 cidades do norte e nordeste do país foi instigante e nos auxiliou a perceber como as pessoas compreendem o nosso processo. Fazendo uma avaliação geral, pese ao desnivelamento entre os participantes de algumas turmas, uma gama significativa de pessoas demonstrou claro entendimento do nosso "sistema", dialogando, discutindo e encontrando referenciais para que a troca fosse o mais fértil possível. Turmas como as de Teresina e Natal buscaram além do conteúdo das três jornadas que compunha o treinamento, e procuraram aprofundar o entendimento em diálogos informais ou nos debates – onde a prática experimentada na oficina se contrapunha aos resultados atingidos em Pai & Filho.


A satisfação que sinto aponta para o objetivo do exercício. Não nos interessa estabelecer nosso fazer como método, sistema ou algo a ser seguido. É apenas o nosso jeito de fazer. A forma como fomos construindo o nosso dizer no decorrer dos anos. O principal objetivo é democratizar esse caminho para que as pessoas conheçam. Quantas vezes vi um espetáculo e fiquei morrendo de vontade de saber como eles conseguiram aquilo? Aquele prazer de ir além da observação e conhecer os meandros da construção. Por isso insistimos nos debates e nas oficinas, para que os mais curiosos encontrem um espaço para poder dialogar. Não podemos obrigar os outros a nos mostrar como fazem, mas podemos mostrar para os outros como fazemos.






*Texto do diretor Marcelo Flecha, publicado no blog da Pequena Cia. de Teatro (http://pequenacompanhiadeteatro.blogspot.com.br/), no domingo, 26/02/12


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